Por Ricardo Ojeda Marins

O visível crescimento do mercado de luxo no Brasil continua atraindo grifes estrangeiras a desembarcarem por aqui. A Sephora, rede francesa multimarcas, escolheu o Brasil para iniciar suas operações na América Latina. O grupo LVMH, maior conglomerado de marcas de luxo e controlador da Sephora, adquiriu 70% do controle da Sack’s, maior empresa brasileira de e-commerce voltado a produtos de perfumaria e cosméticos de marcas prestigiosas como Dolce & Gabbana, Carolina Herrera, Giorgio Armani, Chanel, Christian Dior, Lacoste e outras.

O grupo almeja uma expansão agressiva no Brasil. Além da presença online, o objetivo da empresa é inaugurar, dentro de 18 meses, as primeiras lojas Sephora no Brasil. Estima-se que o valor do negócio seja em torno de R$ 300 milhões, porém não há essa confirmação por parte do grupo. Carlos André Montenegro, sócio-fundador da Sack’s, será o CEO e o presidente do conselho da empresa que, junto a Marcelo Franco e Albatroz Participações, seus atuais sócios, terão participação em 30% do negócio.

Há alguns anos a Sephora planejava iniciar operações na América Latina e nos últimos meses cogitou Brasil e México para abertura de lojas. Para Montenegro, o relacionamento antigo da loja online com o grupo francês ajudou a empresa a optar pelo Brasil. “Temos um bom relacionamento há dez anos. Os produtos mais vendidos na Sack’s hoje, por exemplo, são da marca Dior, que pertence ao grupo. O LVMH acompanhou o crescimento do site e o sucesso da nossa operação”, avalia  ainda Montenegro. Em 2009, a Sack’s teve faturamento de R$ 100 milhões.

Montenegro afirmou também que a empresa estuda a possibilidade de fabricação de produtos de maquiagem da LVMH no Brasil, por conta da alta carga tributária no país, pretendendo com isso tornar os preços mais competitivos frente a concorrentes nacionais.

De acordo com Silvio Passarelli, diretor do MBA em Gestão do Luxo da FAAP, a estabilização e a diversificação da economia brasileira foram os fatores que chamaram a atenção do grupo LVMH, assim como vem ocorrendo com outras empresas do segmento  premium. “O crescimento do consumo de produtos premium no Brasil é grande e já mostrou ser sustentável”, diz Passarelli ao jornal O Estado de São Paulo.

Depois do Brasil, Argentina e Chile serão os próximos alvos da expansão da marca na América Latina.