Quando se fala em produtos de luxo, inevitavelmente vem à mente: bolsas, sapatos, roupas, carros … Uma infinidade de segmentos. Porém, muitos hoje se esquecem, ou podme até mesmo não saber, que no passado o luxo de verdade era feito sob medida, à mão, para cada cliente.

Nos anos de 1980, o consumo de produtos de luxo passou por desenvolvimento internacional considerável, e nos anos de 1990 o luxo iniciou processo para se tornar um setor econômico e industrial.

O processo de “industrialização do luxo” o fez menos exclusivo, principalmente pelo fato de terem deixado de lado, em boa parte, a produção à mão, que deu lugar a produção em máquinas. Afinal, é comum ver um mesmo produto em diferentes mãos ou corpos, apesar de possuírem ainda uma edição limitada.

Apesar disso, muitas marcas, mesmo aderindo ao processo de industrialização, não deixaram de oferecer a exclusividade do produto “tailor made”, ou seja, feito sob medida. Marcas como Louis Vuitton, Goyard e Hèrmes são apenas alguns exemplos de empresas francesas que produzem a seus clientes produtos com cada detalhe adequado às suas particulares necessidades.

bentley customizacao luxo

A inglesa Bentley também oferece customização a seus afortunados clientes que adquirem seus veículos, com um nível de detalhamento incrível, interna e externamente ao veículo. No Brasil, um exemplo interessante e de extremo luxo é a grife Martha Medeiros, da empresária alagoana que dá nome à sua marca, produzindo vestidos de renda feitos à mão, e ainda vestidos para noivas, representando um sonho para muitas mulheres.

O luxo tem como preceitos a exclusividade, o prestígio, a edição limitada e o feito sob medida. O crescimento do segmento e a substituição em boa parte do artesanato pelo industrial geraram a democratização do luxo, aumentando sua presença global e o tornando acessível a um público mais amplo do que o consumidor da antiguidade.

Encontrar o equilíbrio entre ter mais clientes sem correr o risco de perder a sofisticação é um dos principais desafios das marcas de luxo, que veem na customização a seus clientes uma forma de encantá-los, ao invés de simplesmente oferecer um produto “de prateleira”.

 

Artigo publicado no Blog do Milton Jung (Rádio CBN)