A gigante americana de varejo Amazon lançou em meados de Setembro sua plataforma Luxury Stores – focada em e-commerce de produtos de luxo, atualmente disponível apenas por convite para alguns usuários Amazon Prime nos Estados Unidos.
Oscar de la Renta foi a primeira marca a fazer parte, disponibilizando na plataforma suas coleções de ready-to-wear, acessórios, joias e fragrâncias. Para lançar seu novo empreendimento, a Amazon trabalhou com a marca e com a atriz-modelo Cara Delevingne em uma campanha promocional. As grifes La Perla e Roland Mouret também já aderiram à plataforma.
Apesar do crescimento de vendas online no mercado de luxo global, é um mercado em que cada passo deve ser dado com muita cautela e uma estratégia seletiva. Embora a lista completa de marcas parte do lançamento inicial ainda não tenha sido revelada, certamente podemos pensar que não haverá nenhuma marca do grupo LVMH – pelo menos por agora.
Na conferência de imprensa anual de resultados da LVMH em janeiro, Bernard Arnault, CEO do grupo, indicou que não permitiria que seus produtos fossem comercializados na Amazon. Não é segredo que a regulamentação da Amazon é deficiente em relação a vendedores terceirizados.
Um artigo recente do Wall Street Journal revelou que a Amazon “listou milhares de produtos proibidos, inseguros ou com rótulos incorretos”, eletrônicos com certificações falsas e produtos infantis nocivos – todos vendidos por terceiros. De acordo com o Statista, com base nos dados de 2020, mais de 50% dos itens pagos são vendidos por terceiros na Amazon, o que faz da preocupação de Arnault realmente fazer sentido.
Não há dúvida de que a Amazon espera aproveitar as vantagens de seus 150 milhões de membros Prime em todo o mundo para obter um pedaço do mercado de luxo online. De acordo com a Bain & Company, os canais de varejo online podem representar até 30% do mercado até 2025.
Antes considerados como um canal transacional alternativo para vender produtos de luxo, os mercados de e-commerce agora precisam atender às demandas sofisticadas dos consumidores, a fim de replicar também a experiência offline tradicional. A Amazon certamente terá muitos desafios pela frente…